imagem facebook MIDIACE - Mídia Acessível - Audiodescrição
fundo
Notícias
Facebook Twitter Google
em 10/10/2014

Bonde dos Ratinhos estreia no fim de semana das crianças e contará com recursos de audiodescrição e tradução em Libras

Cartaz da peça Cartaz da peça

Para a maioria das crianças, a ida ao teatro pode ser uma grande diversão. Já para tantas outras que não ouvem ou enxergam, um simples passeio cultural pode se transformar em uma enorme barreira. Isso porque os espetáculos infantis não são pensados para as crianças com deficiência.

Mas, neste mês das crianças, a realidade pode ser diferente! Graças ao projeto de acessibilidade cultural Teatro Para Sentir, realizado pelo Coletivo Diveersa, a peça Bonde dos Ratinhos, escrita pelo baiano Isac Tufi e dirigida por Zeca de Abreu, contará com recursos de audiodescrição e tradução em libras, possibilitando a ida de crianças cegas e surdas ao teatro.

A estreia acontece nesse dia 11 e o espetáculo segue em cartaz nos dias 12 (Dia das Crianças), 18 e 19. No enredo, a história de três ratinhos que vão em busca de diversão e decidem fazer um “rolezinho” no shopping. O que a princípio parecia um simples passeio se transforma numa grande aventura. Logo de cara, Rói-Rói, Ratrícia e Xis são barrados por ratos-seguranças, que avisam que shopping não é lugar para ratos. 

No caminho de volta pra casa, os três acabam se perdendo e parando num laboratório, onde conhecem Dezenove e Dezessete, ratinhos utilizados em testes feitos pelos humanos. A partir daí, a missão do trio passa a ser libertar as dezenas de ratinhos presos no laboratório. Uma história que fala de amizade, igualdade e respeito às diferenças.

Realizado pelo Coletivo Diveersa, o Teatro Para Sentir estreou no dia 26 de setembro (Dia Nacional dos Surdos), com espetáculo do Bando de Teatro Olodum – Relato de uma guerra que (não) acabou. Durante os três dias de apresentação, a sala principal do Teatro Vila Velha esteve lotada e contou com a presença de dezenas de pessoas com deficiência, a cada noite, que elogiaram a iniciativa.

Na sequência, foi a vez de A mulher como campo de batalha receber os recursos de acessibilidade, nos dias 7, 8 e 9 de outubro. O texto do romeno Matéi Visniec, sobre duas mulheres arrasadas pela guerra na Bósnia, ganhou direção de Marcio Meirelles.
As apresentações das três montagens contam com recursos de audiodescrição e tradução em libras (linguagem brasileira de sinais), ferramentas específicas para garantir a inclusão do público de cegos e surdos. Os ingressos são gratuitos para as pessoas com deficiência.

Quem já foi conferir o projeto, aprovou a iniciativa. “Eu vi no palco um intérprete de libras e realmente senti a peça, senti tudo o que estava acontecendo, fiquei muito emocionado, foi muito bom. O principal é o respeito ao surdo, tendo um intérprete de libras”, elogiou o professor de libras da UFBA Marcelo Damasceno, que tem a deficiência.

O massoterapeuta Benedito Oliveira, que é cego, reforçou a importância do projeto: “É justamente disso que a gente precisa, porque quando se fala em acessibilidade a gente pensa muito em locomoção na rua e está muito além disso, está na parte cultural”.

Em todas as apresentações estão disponíveis fones de ouvido para transmissão da audiodescrição dos elementos visuais, feita ao vivo, e um intérprete de libras, que faz a tradução simultânea das falas e informações sonoras por meio da linguagem de sinais.

O Teatro Para Sentir oferece também visitas guiadas, uma hora antes do início dos espetáculos, para quem tiver interesse em conhecer de perto o palco, o cenário e até personagens. A ideia é ressaltar o aspecto sensorial, possibilitando, especialmente às pessoas com cegueira ou baixa visão, sentir os elementos visuais por meio do tato. Quem não tiver a deficiência, mas quiser fazer a vivência sensorial, poderá fazer a visita de olhos vendados.

Além disso, funcionários do teatro estarão capacitados para receber e conduzir a plateia de pessoas com deficiência, uma vez que o projeto oferece também oficina de formação em acessibilidade atitudinal, ou seja, orientação de como lidar com as especificidades do público em questão.

Elaborado pelo Coletivo Diveersa, que desenvolve projetos na área de diversidade cultural, o Teatro Para Sentir conta com a parceria do Teatro Vila Velha e tem apoio financeiro do Fundo de Cultura, aprovado pelo Edital de Projetos Estratégicos da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia deste ano.

O projeto parte do princípio da garantia do direito de toda pessoa de participar da vida cultural, conforme documentos legais, dos quais o Brasil é signatário, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência.
 
Anote  

Bonde dos ratinhos - Universidade Livre de Teatro Vila Velha

Três ratinhos em busca de diversão decidem ir ao shopping. O que a princípio parecia um simples passeio se transforma numa grande aventura. | Dias 11, 12, 18 e 19 de outubro - sábados, às 16h, e domingos, às 11h

A mulher como campo de batalha - Universidade Livre de Teatro Vila Velha

Duas mulheres se encontram depois de conflito na Bósnia. Uma médica norte-americana e uma mulher violentada tentam contar suas histórias e encontrar forças para continuar suas trajetórias. | Dias 07, 08 e 09 de outubro - às 20h

Relato de uma guerra que (não) acabou - Bando de Teatro Olodum

A montagem é baseada em vivências de violência no cotidiano de moradores da periferia da capital baiana durante greves das polícias da Bahia. | Dias 26, 27 e 28 de setembro – sexta e sábado às 20h e domingo às 19h

Local: Teatro Vila Velha, Passeio Público

Fonte: www.tribunadabahia.com.br

Início   11 12 13 14 15 16 17   Fim