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em 20/07/2011

Cinema inclusivo

Num pequeno audiotório, um grupo de pessoas assistem ao filme. Num pequeno audiotório, um grupo de pessoas assistem ao filme.

A iniciativa, que ocorreu na tarde de quinta-feira no colégio Cruzeiro do Sul, teve como objetivo apresentar o recurso de audiodescrição Na tarde de quinta-feira (14), a Escola Estadual Cruzeiro do Sul ofereceu uma sessão de cinema com audiodescrição. A iniciativa partiu da professora Carla Maria Rotirolla, que há 12 anos trabalha com 17 deficientes visuais no colégio. “Cada nova tecnologia que temos acesso mostramos aos nossos alunos e também para os usuários da Associação Carazinhense dos Deficientes Visuais”, comenta. As 20 pessoas presentes à sessão de cinema assistiram um DVD com curtas que mostraram como funciona a audiodescrição. “São imagens que vão sendo descritas para aqueles que não conseguem enxergar. Hoje, esta tecnologia só é possível para aqueles que possuem televisões com tecnologia digital. Acredito que com o tempo, a aquisição desse tipo de aparelho será mais fácil, uma vez que os preços devem baixar. A audiodescrição será tão conhecida como a legenda ou a linguagem de sinais para pessoas surdas”, compara Carla, explicando que a tecnologia não seria uma narração simultânea . “É um trabalho onde a imagem é descrita antes da cena começar a se desenvolver ”, observa. O Governo do Amazonas cedeu à cópia do DVD, que chegou até a escola através da Secretaria Estadual de Educação, distribuído pelo “Cinema Além da Imagem”. A sessão de audiodescrição “Amazonas para todo o Brasil”, teve a duração de 40 minutos. Além do recurso da audiodescrição, os curtas-metragem também possuem legenda em contraste (em fundo preto com letras brancas ampliadas), para facilitar para aqueles que possuem a chamada baixa visão. “Há pessoas que não sabem que possuem esse problema, porque ele é difícil de ser diferenciado das pessoas que terão que usar uma lente, um óculos. Nesses casos, nem a cirurgia ou o uso de lentes corrige o problema”, comenta. Os expectadores aprovaram a nova tecnologia. “É muito bom, pois vai me ajudar a poder ver televisão”, observa Soleni Aparecida dos Santos (29). Joel Antônio de Oliveira (51) tem apenas 20% da visão nos dois olhos. “A nova tecnologia da audiodescrição é uma grande ajuda para nós, pois é mais um recurso que irá nos ajudar a imaginar o que não estamos enxergando. Geralmente, mais escuto televisão do que assisto. Quando a imagem é bem nítida, grande, ainda consigo ver algo. Tudo que vem de tecnologia é bom, pois ajuda inclusive na imaginação do que a gente está ouvindo” comemora Oliveira, que há 30 anos possui o problema. A estudante do Ensino para Jovens e Adultos (EJA) da Escola Cruzeiro do Sul, Débora Cristina Gerhardt (29), possui baixa visão. “Enxergo apenas 10% em cada olho, ou seja, vejo apenas o vulto das pessoas. Acho essa tecnologia maravilhosa, porque o filme e a novela são explicados de uma melhor forma para nós. Eu não enxergo, mas sinto, escuto a fala dos artistas nas novelas. Agora vou poder imaginar melhor, com a áudiodescrição poderei ter mais detalhes das brigas e das cenas de amor”, prevê. PROGRAMAÇÍO EM AUDIODESCRIÇÍO Em março de 2010, o então ministro das Comunicações, Hélio Costa, assinou uma portaria obrigando empresas de televisão a veicular pelo menos duas horas por semana da sua programação, utilizando o recurso da audiodescrição. A nova tecnologia é a narração, em língua portuguesa, integrada ao som original da obra audiovisual, contendo descrições de sons e elementos visuais e quaisquer informações adicionais que sejam relevantes para possibilitar melhor compreensão desta por pessoas com deficiência visual e intelectual. As redes de televisão têm até este mês para cumprir a norma. Até 2013, a obrigatoriedade passa a ser de quatro horas semanais. Em quatro anos, a lei passará a exigir seis horas semanais. Em seis anos, a obrigatoriedade passará para oito horas semanais. Em sete anos, a lei irá obrigar a veiculação por 12 horas semanais. Em oito anos, 16 horas semanais e em 10 anos para 20 horas por semana. No caso de emissoras, que ainda não transmitem com tecnologia digital, o prazo passa a contar a partir da licença para o funcionamento da estação digital. A tecnologia só pode ser utilizada por aquelas pessoas que possuem televisões com conversor HDMI, ou seja, para digital.

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