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em 19/01/2012

Televisão do futuro revela potencial nos cuidados de Saúde

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LOC significa Lusófona Online: Conteúdos e é um portal online autônomo que expõe a produção regular de conteúdos informativos, culturais e de entretenimento associados ao Grupo Lusófona. Um estudo da Universidade Lusófona concluiu que a população portuguesa considera um serviço digital na área da saúde e bem-estar um complemento útil e interessante aos serviços de saúde, com 61,7% das respostas a apontarem nesse sentido. Deste segmento, perto de 50% dos inquiridos com mais de 55 anos de idade, e que constituem a população- alvo deste estudo, precisamente por corresponder à população que revela maior incidência de problemas de literacia tecnológica e em saúde, afirmam valorizar um serviço informativo sobre saúde e bem-estar acessível através de uma plataforma televisiva. Estes são os resultados de um estudo realizado em Setembro de 2011 a uma amostra de 1207 indivíduos, no âmbito do estudo “iDTV-HEALTH: Inclusive services to promote health and wellness via digital interactive television- (UTA-Est/M AI/0012/20 09), coordenado pelo Centro de Investigação em Comunicação Aplicada, Cultura e Novas Tecnologias (CICANT) da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, em parceria com o Centro de Investigação e Estudos em Sociologia (CIES) do Instituto Universitário de Lisboa e o Centro de Estudos de Comunicação e Linguagem (CECL) da Universidade Nova de Lisboa e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) no âmbito de uma colaboração com a University of Texas at Austin (UTA), tem como objectivo averiguar as potencialidades das TIC - Tecnologias da Informação e Comunicação, nomeadamente da televisão digital interactiva, no âmbito da prestação, diagnóstico e informação sobre cuidados de saúde. Paralelamente ao estudo qualitativo foi ainda levado a cabo uma componente quantitativa, que consistiu num conjunto de 13 entrevistas extensas a stakeholders ligados à área da saúde (profissionais de saúde, entidades e instituições de saúde, associações, etc.) Atitudes dos inquiridos relativamente aos serviços de televisão digital Foi pedido aos participantes para dizerem, de uma lista apresentada, quais os serviços que os inquiridos pensam ser mais interessantes. As respostas incidiram sobre o Guia TV com 63,1% e os canais em Alta Definição com 62,3% que obtiveram mais indicações. De relevo para este estudo, é a percentagem que os serviços informativos na área da Saúde e Bem-Estar alcançaram, sendo mesmo o terceiro serviço mais indicado com 61,7%. O serviço menos interessante para os nossos entrevistados é o serviço de Áudio-Descrição com 21,4% das escolhas. Ainda nesta questão fez-se a análise dos dados só para os maiores de 55 anos, pois representa a faixa-etária alvo deste estudo. Para esta faixa-etária, 47,2% dos inquiridos apontaram o serviço informativo de Saúde e Bem-Estar como o mais interessante. Por fim, na questão dos serviços que são mais utilizados, destacam-se novamente o Guia TV (34,2%), a Barra de Programação (34%) e os canais em Alta Definição (27,7%) obtendo a maior parte das indicações. Por outro lado, mais uma vez, o serviço de Áudio-Descrição é o serviço que menos consenso atinge com apenas 1,3%. Os serviços de Saúde e Bem-Estar são mencionados por 4,2% dos inquiridos. Na faixa-etária dos mais de 55 anos o cenário é idêntico. Outra questão incidia sobre as informações ou utilidades que podem ser incluídas num futuro serviço de TV Digital sobre Saúde e Bem-Estar. Assim, foi dada uma lista com várias utilidades e era pedido ao inquirido para nomear a que gostaria de ver incluída num serviço digital de Saúde. A possibilidade de marcação de consultas foi a mais escolhida pelos participantes, alcançando os 35%. Logo a seguir, com 32,5% das escolhas, vem o atendimento de urgência. Também a consulta dos horários das farmácias é das utilidades mais esperadas pelos utilizadores com a marca de 28,7%. Por outro lado, as utilidades a merecerem menos atenção por parte dos inquiridos são os jogos didácticos e a monitorização dos pacientes e seus tratamentos com 1,7% e 3,2% respectivamente. Analisando os dados, recorrendo-se apenas aos entrevistados acima dos 55 anos, o panorama mantém-se idêntico, com a utilidade marcação de consultas a surgir como a mais escolhida com 34,3%, seguida do atendimento de urgência com 30,7%. Quanto aos aspectos mais importantes num serviço digital de Saúde, houve dois que se destacaram nas escolhas – tanto da amostra total com no grupo dos sujeitos com mais de 55 anos – dos inquiridos: “ser fácil de usar” (35%) e “ser gratuito” (32,5%) são os aspectos essenciais que os utilizadores viam com bom grado serem pensados para integrar um futuro serviço digital. Ainda neste questionário era pedido aos inquiridos para que, utilizando uma escala entre 1 e 5 - em que 1 significa “Nunca” e 5 significa “Sempre - dissessem com que frequência utilizavam as fontes, apresentadas numa lista, para recolher informações e esclarecer dúvidas sobre saúde. Feita a análise, as fontes mais usadas pelos participantes são os médicos, os enfermeiros, os farmacêuticos e os familiares e amigos. De seguida, abaixo dos saberes profissionais, surge a televisão, que é mais usada na procura de informações do que terapeutas, associações de doentes e livros. Este facto surge como mais um incentivo para a consciencialização do potencial da televisão digital interactiva para promover serviços, formatos e conteúdos originais que possam ser relevantes para a área da Saúde e Bem-Estar. Literacia em Saúde em Portugal Literacia em saúde é a habilidade para ler, perceber e actuar de forma correcta perante informação relativa à Saúde. Quando os pacientes têm pouca capacidade em perceber e actuar de forma correcta com as informações médicas a si disponibilizar, podem, mesmo, por a sua saúde em risco. Foi utilizada a medida Newest Vital Sign – NVS – para tentar aferir o nível de literacia em Saúde dos nossos inquiridos. A Newest Vital Sign é então uma ferramenta construída para rapidamente e de uma forma simples avaliar o nível de literacia em saúde do inquirido. Assim, 51,7% dos inquiridos apresenta alta probabilidade (+50%) de literacia em Saúde limitada, enquanto em 22,6% dos inquiridos existe a possibilidade de literacia limitada. Posto isto, apenas 25,7% apresenta uma literacia em Saúde adequada. Perspectivas dos Stakeholders em relação ao potencial da iDTV em Saúde Complementarmente ao estudo qualitativo foi efectuado um conjunto de 13 entrevistas extensas a stakeholders ligados à área da saúde (profissionais de saúde, instituições e entidades da área, associações, etc.). Os aspectos que os entrevistados salientaram relativamente ao papel das TIC no contexto da prestação de cuidados de saúde e bem-estar, foram: informar sobre saúde e bem-estar; facilitar a comunicação e também a mobilidade / acessibilidade aos serviços de saúde. Relativamente à questão das possíveis aplicações das TIC no acesso e prestação de cuidados de saúde, os aspectos salientados nas respostas foram os seguintes: Informação e prevenção (Informação sobre saúde no geral, sobre doenças crónicas e prevenção de doenças); Apoio remoto a profissionais de saúde (Partilha de informação para diagnóstico; Consulta a pares; Interacção com profissionais de saúde de outras unidades de saúde, dentro de Portugal ou não); Acompanhamento remoto a doentes (Actividades de diagnóstico à distância - observação remota de sintomas e queixas, etc.; Acompanhamento de tratamentos; Acompanhamento pós-intervenções). Quanto às vantagens que consideraram que a iDTV pudesse apresentar face a outros meios tecnológicos, os aspectos sobre os quais as respostas incidiram foram os seguintes: personalização da informação; potencialidades técnicas apelativas; menores Custos ; maior acessibilidade. Quanto à questão relativa às aplicações concretas de iDTV que os stakeholders entrevistados considerariam úteis, as respostas obtidas podem ser agrupadas em 4 tipos: Apoio visual (aplicações com imagens interactivas - auxiliar a comunicação de um profissional de saúde com um paciente, complementando as suas explicações com uma ilustração; Aplicações para partilha de imagens e exames vários entre médicos - minimizando erros de diagnóstico); Componente Informativa (Doenças ‘civilizacionais’, melhoria de hábitos de vida, informação preventiva, informação dirigida; Disponibilizada nos domicílios dos pacientes e nas próprias unidades de saúde, para sua consulta; Utilidade no ensino na área da saúde); Marcações e Lembretes (Marcação de consultas à distância; Lembretes de tomas e tratamentos; Controlo automatizado de tomas à distância - numa perspectiva de complementar e não de substituir o apoio presencial); Consultas Remotas (Partilha de informação e dados entre doente e médico e entre profissionais de saúde; Telemedicina (PALOPs, por exemplo); Consultas remotas (pode permitir triagem de situações de emergência reais; minimizar deslocações; contacto com cuidados de saúde para utentes geograficamente isolados); Acompanhamento remoto de doentes , com eventual envio de exames e dados biométricos por iDTV). MAIS SOBRE O ESTUDO As conclusões a que este estudo chegou revelam portanto um conjunto de potencialidades no que diz respeito à informação, educação e comunicação, bem como em tornar mais acessíveis os serviços de saúde e bem estar, nomeadamente através de serviços digitais de saúde como a marcação de consultas, atendimentos de urgência e consultas de horários das farmácias, entre outras. A televisão digital interactiva pode desta forma constituir-se como uma forma mais eficaz de fazer chegar informação sobre saúde à população no geral, visto revelar-se um meio tecnológico com o qual as camadas populacionais com problemas de literacia tecnológica estarão mais familiarizadas do que por exemplo a internet ou telemóveis de nova geração. Deste modo, este estudo abre um conjunto de possibilidades relativamente ao tipo de aplicações de iDTV que podem ser desenvolvidas no âmbito técnico e que permitam uma maior facilidade de acesso aos serviços de saúde e bem-estar bem como a informação nesse campo. CONTACTOS Manuel José Damásio Investigador Principal - iDTV-HEALTH Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias mjdamasio@ulusofona.pt Célia Quico Coordenação-Geral - iDTV-HEALTH Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias celia.quico@gmail.com

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