Ouça sobre a exposição:
Roteiro de AD: Rodrigo Campos e Edna Morato Locução da AD: Letícia Schwartz A exposição que inaugura o Ano 2 das Exposições de Fotografias Audiodescritas da Midiace, traz os personagens do filme “Onde está a felicidade?”, comédia escrita e estrelada pela atriz Bruna Lombardi e dirigida por Carlos Alberto Riccelli. Nessa deliciosa comédia, Teodora (Bruna Lombardi) embarca em uma jornada de descobertas que farão dela uma nova mulher. Crises no amor e na vida profissional a levarão – junto com o amigo Zeca e a espanhola Milena – a percorrer o Caminho de Santiago de Compostela, cenário ideal para encontros, reencontros e aventuras. Vamos conhecer os personagens?
Ouça a entrevista:
Rodrigo Campos: Olá a todos, ano 2 das exposições de fotografias da Midiace, e para abrir com chave de ouro este ano, a gente tem a honra de receber hoje, uma das atrizes mais queridas da TV Brasileira e agora também, do cinema nacional. A propósito, ela e o marido vêm fazendo um cinema maravilhoso, daqueles que nos fazem sentir orgulho do cinema brasileiro... ela escrevendo e atuando e o maridão dirigindo. E olha que bacana, hoje ela veio aqui para nos revelar qual o caminho para a tão sonhada felicidade. Então minha querida Bruna Lombardi, conta pra gente, onde está a felicidade? Bruna Lombardi: Pois é, este é o grande tema do nosso filme, eu acho que é um grande tema de cada um de nós, a gente se perguntar onde está a felicidade. Não só a nossa, individual, mas a felicidade de todo mundo que cerca a gente, quem está em volta da gente, mesmo pessoas que a gente não conheça. Não precisa ser necessariamente as pessoas que te cercam, próximas. Mesmo pessoas distantes, eu acho que a gente tem que ter esse desejo de ser feliz e de distribuir felicidade. E o nosso filme Onde está a felicidade? é uma comédia que fala sobre esse assunto. É uma comédia, portanto, é pra você ficar feliz, pra você se sentir feliz assistindo ao filme e ao mesmo tempo faz pensar, porque a estória é uma busca, fala de uma chef de cozinha que vai pro Caminho de Santiago de Compostela e ela vai se perguntar onde está a tal da felicidade. O filme acha perguntas e respostas de uma forma muito divertida, mas eu acho que a nossa missão é a gente está sempre se perguntando isso e como a gente pode fazer outras pessoas mais felizes. Rodrigo Campos: Olha, como eu sou um camarada bonzinho, gente boa, eu vou dar uma dica para os nossos ouvintes que ainda não encontram a felicidade. Além de todas as dicas que a Bruna já deu, a boa notícia é que a felicidade agora está mais perto do que vocês imaginam. Sabe onde? Nas locadoras... é isso mesmo, para aqueles que não tiveram a oportunidade de assistir ao filme no cinema, ou para aqueles que como eu, estão loucos para revê-lo, já podem dar um pulo nas locadoras ou mesmo, encomendar o seu DVD nas lojas de todo o Brasil. E olha, mais uma vez, precisamos tirar o chapéu para o casal Bruna e Riccelli, que manteve o compromisso de incluir no DVD os recursos de acessibilidade como a Audiodescrição e a Legendagem do filme para os surdos. Foi assim com o Signo da Cidade e agora com o Onde está a felicidade?, DVD este, que conta com a narração da AD feita pelo próprio Riccelli. Diz pra gente Bruna, o Riccelli curtiu fazer a narração da audiodescrição? Deu para ele reviver os tempos de ledor na Fundação Dorina Nowill? Bruna Lombardi: Claro. Eu acho que isso aí é uma coisa que a gente sempre vai fazer. O público é um público que a gente preza muito, que a gente tem muito carinho e a gente quer muito que eles também possam participar, que eles sejam sempre incluídos no nosso trabalho. O nosso trabalho tem como missão a proposta da inclusão e a gente nunca vai deixar de fazer isso. Eu fiquei felicíssima quando tivemos a sessão em São Paulo, no teatro Vivo. O carinho com que nos receberam foi extraordinário. Então é uma coisa que a gente tem realmente muito prazer em fazer. Rodrigo Campos: Bruna, eu tenho que te confessar que estou aqui tremendo nas bases de estar entrevistando você, não só pela responsabilidade de entrevistar alguém que já entrevistou celebridades do mundo inteiro, mas também pelo fato de toda minha vida ter sido muito seu fã mesmo, daqueles tipo número 1. Bruna Lombardi: Que bom! Obrigada, Rodrigo. Rodrigo Campos: Bom, mas vamos lá, a pergunta que tenho pra te fazer é a seguinte: no Signo da Cidade você fez muita gente chorar, se emocionar (e olha que eu fui testemunha disso), já no Onde está a felicidade? você fez muita gente dar gargalhada, morrer de rir ... bom, a pergunta é: o que que você anda pretendendo fazer com a gente agora? Já tem projeto novo a caminho, não tem? Bruna Lombardi: Pois é, tem sim. Mas deixa ele ficar pronto que eu conto. A gente está no processo agora e é um processo de busca sempre. Eu acho que a vontade é sempre de comunicar, de fazer com que as pessoas sejam tocadas, ou pelo riso, ou comoção... pela emoção, sobretudo. Eu acho que a emoção é sempre uma coisa muito boa, que faz bem pra todo mundo. Mas eu sempre quero tentar deixar as pessoas mais felizes. A felicidade foi incluída no tema da nossa vida como uma proposta constante. Rodrigo Campos: Você pode não estar querendo dar muitos detalhes ainda, mas uma coisa eu aposto: a trilha sonora já tem quem assina, não tem? Bruna Lombardi: Aqui tem muita gente fazendo música, né. Rodrigo Campos: Eu não posso deixar de fazer um comentário: que você é uma pessoa multifaceta, o Brasil todo já sabe, mas o Riccelli hein... ator, engenheiro, diretor, produtor, fotógrafo, isso também a gente já sabia, mas não é que ele nos saiu um excelente cantor e compositor? Está linda a trilha sonora do filme. Bruna Lombardi: É maravilhosa! Muita gente disse assim: “Nossa, eu fiquei tão comovida, eu chorei com a música”, ”Como você está cantando lindo” e “Que melodia, que letra maravilhosa”. Eu, pessoalmente, fiquei super comovida com essa música. Eu acho a música deslumbrante. Mas ele usou, sobretudo, de versatilidade. Ele fez uma balada romântica super emocionante, fez um forró para todo mundo se divertir e cantar, que o Gil gravou. Fez uma música super moderna, contemporânea, que o Arnaldo Antunes gravou. E fez também uma música delicadíssima, que a Adriana Calcanhoto deu vida pra ela e ficou linda, chamada Pluma. Ele mostrou uma coisa muito eclética, de trabalhar na diversidade, mesmo. Rodrigo Campos: Dá pra colocar um trechinho aí, Alisson? Trecho da música: sentir la brisa en la cara y ganas de cambiar Nuevos paisajes, personas Vendrán con el viento Flores, pájaros, señales de un nuevo mirar Rodrigo Campos: Lindo, lindo, parabéns pro Riccelli. Bruna, voltando a falar da AD, eu me lembro de uma fala do Riccelli, por ocasião da sessão que fizemos do Signo da Cidade no Teatro da Vivo em São Paulo, onde ele ressaltou a importância da AD, porque ela, na verdade, ajuda o diretor do filme, que é o responsável por escolher o modo como a história será contada, a fazer com que esta história chegue ao público de pessoas com deficiência visual, ou seja, ela é realmente essencial e por isto mesmo ela não pode ser esquecida pelos diretores, que são na verdade, quem dão o crivo final, acerca de toda a produção do filme. Eu gostaria de ouvir de você, que é uma grande conhecedora de todos os anais da indústria do cinema, em qual porta, nós, militantes da causa da AD, devemos bater, para que a acessibilidade seja de fato uma realidade em toda obra cinematográfica brasileira? Bruna Lombardi: Eu acredito muito no exemplo. Eu acho que quando a gente começa a desenvolver um trabalho, muita gente segue. E acredito também que é inevitável que isso se propague e que todos queiram. Eu acredito, Rodrigo, que todo mundo quer fazer. Eu acho que qualquer porta que você bater, você vai ouvir sim, eu acredito nisso. E no que precisar da gente pra ajudar, é só pedir. Rodrigo Campos: Bom Bruna, eu gostaria agora, de colocar para você, alguns trechos de uma reportagem que foi exibida pela Rede Minas, por ocasião da exibição do Signo da Cidade em BH, e cujos depoimentos, eu acho que comprova tudo isso que a gente já falou. Vamos ouvir? Apresentadora do Telejornal: Cegos e surdos puderam pela primeira vez acompanhar um filme inteiro, sem perder nenhuma cena. Jornalista: Luzia vai fazer um programa não muito comum na rotina dela: ir ao cinema. Ela é deficiente visual e conta que nem sempre é possível entender os filmes. Luzia: Existem muitas cenas mudas, que pra vocês é tranquilo, mas pra nós, a gente perde. Então, por isso, a gente não tem muita aptidão pra filme, não vai ao cinema, porque o melhor da cena você sempre perde. Jornalista: A sessão que a Luzia vai assistir é diferente: alunos do curso de Letras, da UFMG, adaptaram um filme para que deficientes visuais e auditivos possam compreender melhor a estória. Várias instituições foram convidadas para assistir de graça ao filme brasileiro O Signo da Cidade, estrelado e produzido pela atriz Bruna Lombardi. Ela cedeu o longa-metragem antes da estreia para que fosse feito o trabalho. Para o deficiente auditivo, as legendas estavam com a identificação do nome do personagem. Nas cenas onde não há diálogo, um locutor descreve o cenário. Depois de uma hora e meia na sala de cinema, a avalição do público: Depoimento de Mônica Rodrigues: A gente não precisa ter uma pessoa do lado informando as cenas ocultas que se passam no filme, então hoje, deu pra entender perfeitamente todas as cenas que se passam mediante ao filme. Jornalista: E Luzia, nossa personagem, o que achou da proposta? Luzia: É tudo de bom pra nós. É fundamental! Eu espero que a Bruna e o cinema em si, pensem nisso e continuem elaborando filmes nesse sentido pra gente poder vir ao cinema, porque é muito bom assistir filme, desde que a gente compreenda. Rodrigo Campos: Bacana né, Bruna? Bruna Lombardi: Muito, pode ficar tranquila (diz respondendo à Luzia) que a gente pode continuar sim. E tem o seguinte: eu acho que é tão bom ter esse retorno, porque o seu trabalho, Rodrigo, é um trabalho muito preciso e realmente comunica. Eu acho que você está fazendo um trabalho maravilhoso. Parabéns! Rodrigo Campos: Muito obrigado, Bruna. Pois é... Bom, a gente já está quase no final, mas antes tem uma surpresa para nossos ouvintes que é a seguinte: tá a fim de ganhar a um DVD do filme Onde está a felicidade, autografado pela Bruna e Riccelli? Pois basta enviar um email para o endereço sorteio@midiace.com.br respondendo a pergunta: para você Onde está a felicidade? O autor da melhor resposta, fatura então o DVD, que como eu falei, já se encontra nas locadoras e lojas de todo o Brasil. Bom, eu quero agradecer imensamente a oportunidade de falar com você Bruna. Dizer que eu agradeço de coração por você e o Riccelli terem nos propiciado levar pela primeira vez na história do cinema nacional, os cegos e surdos à estreia de um filme nos cinemas e dizer pra quem ainda não sabe, que a MIDIACE , como eu costumo dizer, é um filho do Signo da Cidade e desse trabalho fantástico que vocês vêm fazendo no cinema. Muito obrigado de coração. Bruna Lombardi: Obrigada você, eu fico muito feliz de ter esse pioneirismo junto com você e da gente estar escrevendo esta história que inclui todos. Muito obrigada a você, muito obrigada a todas as pessoas que estão nos acompanhando. Rodrigo Campos: Grande abraço, Bruna! Bruna Lombardi: Tchau, Rodrigo. Rodrigo Campos: Então é isso pessoal. Grande abraço a todos e até a próxima exposição!