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em 29/09/2015

A partir de outubro as pessoas com deficiência visual que visitarem o Maracanã para assistir as partidas de futebol contarão com o recurso da audiodescrição

Estádio do Maracanã lotado, visto de dentro. Foto Danilo Borges - Reprodução. Estádio do Maracanã lotado, visto de dentro. Foto Danilo Borges - Reprodução.

Quem uma vez na vida não foi ou teve vontade de ir ao estádio de futebol?

Quem não enxerga, em geral leva o rádio de pilha como companheiro e sintoniza na estação de sua preferência. Entretanto, a partir de outubro, quem for ao Maracanã poderá sintonizar na estação que irá oferecer audiodescrição às pessoas cegas.

A ação teve início na Copa do Mundo de 2014, com transmissão audiodescritiva das partidas disputadas no estádio. Agora, uma parceria do setor de sustentabilidade do estádio com a ONG URECE – Esporte e Cultura para Cegos irá possibilitar o oferecimento do serviço.

A transmissão do jogo com audiodescrição funcionará com dois locutores se revezando na narração. Através de uma frequência de rádio FM, com um alcance de um raio de aproximadamente um quilômetro, qualquer pessoa, em qualquer lugar do Maracanã, poderá escutar a descrição. Com um equipamento semelhante ao de uma rádio comunitária e uma antena que fica dentro do estádio, não ocorrerá um delay entre o momento em que a ação acontece e a hora que a informação chega aos ouvidos do público, será em tempo real. Até por isso, Mauana Simas, coordenadora do projeto afirma que uma das principais habilidades que um narrador audiodescritivo deve ter é o timing, ou seja, conseguir narrar no tempo exato da bola.

– A diferença entre a narração audiodescritiva e a narração para rádio é a pergunta número um que todas as pessoas fazem. Acho que a diferença é que quem acompanha no rádio e quem faz para rádio faz pensando que a pessoa que ouviu pode ver, em algum momento, aquela narração. Já a narração audiodescritiva trabalha pensando que a pessoa vai ter que sair do estádio sentindo aquela emoção e entendendo todos os elementos visuais que uma experiência dentro de um estádio de futebol oferece – diz ela. – Acho que o melhor exemplo disso é que enquanto o cara da rádio está fazendo teste de fôlego, muitos e muitos segundos gritando “gol”, a narração audiodescritiva já avisou que foi gol e já está contando tudo o que está acontecendo depois, como a comemoração, se o jogador levou cartão amarelo por ter tirado a camisa ou coisas assim. Quando esses elementos visuais não são passados para a pessoa, tem muita informação a nível cultural que ela perde –, afirma Mauana.

Você poderá ler a íntegra da reportagem no jornal O Globo

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