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em 08/09/2014

CCBB de BH exibe nesta segunda-feira, com audiodescrição, "O Som das Cores", que conta a história da menina Lúcia, que perde a visão aos 15 anos e se aventura pelo desconhecido

Em cena, a personagem Lúcia Em cena, a personagem Lúcia

GUSTAVO ROCHA

Aos poucos, os “diferentes” começam a ser tratados como “iguais” em uma sociedade que tende a ser excludente por natureza com aqueles que fogem ao “padrão”. Iniciativas como a audiodescrição em espetáculos de teatro visam ampliar o espectro da plateia e levar a expressão artística para um público que não costuma ser contemplado.

Na sessão de “O Som das Cores”, da Catibrum, hoje, dentro do Festival Internacional de Teatro de Bonecos (FITB), pessoas com deficiência visual, auditiva, intelectual, autistas, disléxicos e com síndrome de Down poderão acompanhar normalmente a peça.

Coincidência ou não, o espetáculo trata justamente de uma menina cega que compõe um universo próprio, mágico, quando caminha pelos subterrâneos da rede de metrô de sua cidade. A narrativa se aproxima de um conto de fadas urbano. “É como se os contos de fada pudessem acontecer nos grandes centros urbanos. É estranho pensar que num parque, numa metrópole, haja ogros ou que, subindo a escada do metrô, se encontre com um dragão”, comenta Lelo Silva, diretor da peça e integrante da Cia. Catibrum. Silva é também responsável pelo FITB desde sua origem.

A peça se inspira no livro homônimo do taiwanês Jimmy Liao, que é composto somente por imagens. “Eu estava em uma festa de aniversário na Espanha, em 2009, e a aniversariante, uma amiga minha, ganhou o livro de presente. Eu, imediatamente, tomei o livro da mão dela para ler. Eu fiquei tão hipnotizado pela obra que o presente ficou para mim”, se recorda Silva. Além do livro, filmes como o “Labirinto do Fauno” e “História Sem Fim”, e o poema “O Cego”, de Rainer Maria Rilke, ajudaram a compor o trabalho.

Essa não será a primeira experiência do espetáculo com audiodescrição. “Estávamos no festival de Florianópolis e recebemos alguns deficientes na plateia. Foi uma experiência muito emocionante. Depois da apresentação, os cegos vieram tocar os bonecos, conversar com a gente e foi muito especial. Durante uma semana ou mais, eu fiquei me lembrando dessa experiência. Confesso que voltei a gostar mais do teatro”, pontua Lelo Silva.

Agenda

O quê. “O Som das Coisas”. Com audiodescrição

Quando. Hoje, às 15h

Onde. CCBB (praça da Liberdade, s/nº, Funcionários)

Quanto. R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada)

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