Pesquisadores de universidades no Arizona e em Ohio, nos Estados Unidos, estão desenvolvendo uma tecnologia revolucionária: um assistente computadorizado que irá ajudar deficientes visuais a ler livros, acessar páginas da Web, reconhecer rostos e orientar-se em locais que lhe são estranhos. Trata-se do Icare, sistema portátil composto por um laptop guardado em uma mochila, um microfone e uma câmera montada em um par de óculos, que converte as imagens capturadas em mensagens verbais, transmitidas ao seu dono, através de um fone de ouvido. A engenhoca pode ser programada também para fornecer informações ininterruptas ou responder a perguntas como "o que está na minha frente?" ou "quem acaba de entrar na sala?". Os textos são pronunciados em voz sintética pelo "leitor" do Icare. David Paul, um dos dois estudantes cegos que testaram o sistema na universidade Arizona State disse ao Wired News que a velocidade é uma das suas grandes virtudes. "Ele é tão rápido quanto uma pessoa que enxerga lendo um livro em voz alta. É uma das coisas mais fenomenais a seu respeito". O Icare permite também a seu usuário realizar atividades simples como ler um cardápio, descobrir o tamanho marcado na etiqueta de uma peça de roupa ou saber o que está escrito no rótulo de um enlatado. Mais ainda: oferece a navegação por websites, que antes só estavam disponíveis para os deficientes que usavam um mouse. Softwares como o Jaws, podem traduzir as informações exibidas em um monitor para a língua falada. Outra maravilha do sistema é o iCare Human Recognizer. "Ele compara a cor dos olhos e dos cabelos, além de outras características faciais, com informações armazenadas em seu banco de dados e, desse modo, pode descobrir quem é a pessoa que está sendo vista", explica Nikolaos Bourbakis, professor da Faculdade de Engenharia e Ciência da Computação da Wright State, em Dayton, Ohio. Em seu estágio atual, o iCare custa 2 mil dólares. Mas o preço deve cair bastante, assim que ele começar a ser produzido em escala industrial.
