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em 18/07/2011

Destaques sobre audiodescrição no 4º Media for All

Saguão do Imperial College London. Sobre as escadarias, um banner do evento. Saguão do Imperial College London. Sobre as escadarias, um banner do evento.

Participei e apresentei um paper no congresso internacional Media for All 4 em Londres (Inglaterra), um dos mais importantes da área de tradução audiovisual, entre os dias 28/06 e 1/07 e gostaria de compartilhar alguns comentários que ouvi em relação a audiodescrição. Primeiro, é importante ressaltar que teve uma "delegação" brasileira grande nesse ano. Se não me engano, foram 10 brasileiros apresentando estudos em AD e em legenda para surdos e mais alguns assistindo ao congresso, todos vindos de diferentes partes do Brasil - SP, BA, CE, DF e Rio - de diferentes instituições - UNESP, UFBA, UECE, UNB e outras. Uma das questões mais faladas foi guias e manuais de produção de AD. Vi apresentação de estudos comparados de guias de diversos países: Hansjörg Bittner apresentou as grandes diferenças que eles têm e Cristóbal Cabeza-Cáceres destacou o tratamento da entonação entre os guias "anglosaxões" e os "latinos". Este estudo revelou que enquanto os primeiros falam que a AD deve seguir a tensão a emoção da cena, os segundos falam que a entonação afetiva deve ser evitada. Segundo uma pequena pesquisa de recepção feita pelo Cristóbal, foi concluída que a entonação não afeta a compreensão do conteúdo, mas pode aumentar o aproveitamento (divertimento) do usuário. Duas professoras polonesas, Iwona Mazur e Agnieszka Chmiel, apresentaram os primeiros resultados de uma grande pesquisa de recepção financiada por um órgão governamental para verificar as preferências dos poloneses com deficiência visual. Os resultados da pesquisa irão gerar um guia polonês de produção de AD. Apesar dessas discussões de guias e manuais de produção de AD, a Pilar Orero, a Aline Remael (duas grandes estudiosas em AD) e a Joan Greening (ex-funcionária do RNIB e agora consultora de AD) afirmaram que os guias não podem travar a produção de AD e que devem existir são estratégias de tradução audiovisual para produção de AD, pois sendo a AD um tipo de tradução ela deve se ater a estratégias e não diretrizes ou normas. Elas afirmaram, assim como o Stephen Taylor da Red Bee, que os guias são úteis para capacitação de audiodescritor, mas não para servirem como documentos a serem consultados diariamente durante a produção. Tiveram outros trabalhos com diferentes enfoques como: o desenvolvimento de cursos online de formação de audiodescritor que Joel Snyder está realizando; estudos de AD em museus; AD de comerciais; a audiointrodução em filmes, estudada por Pablo Romero-Fresco e Louise Fryer. Entre os desafios para a AD no futuro estão: AD ao vivo, AD de vídeos online, os diretores estão mais preocupados com a AD e por isso estão checando a AD também e como aproveitar o feedback de uma audiência mais falante com as redes sociais. Esses pontos foram destacados por merecerem a atenção dos audiodescritores e das empresas para os próximos anos.

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