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em 23/03/2015

Encontro Latino-Americano de Legendas e Audiodescrição discute inclusão social

Participantes do evento posam para a foto. (Foto: Fernando Fortes) Participantes do evento posam para a foto. (Foto: Fernando Fortes)

O 1º Encontro Latino-Americano de Legendas e Audiodescrição, realizado na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, nos dias 12 e 13 de março, contou com palestras de cinco grandes profissionais das áreas de acessibilidade e legendagem.

Os participantes se comprometeram em criar e seguir uma sistematização destas linguagens e propor às instâncias governamentais o aprimoramento de medidas de acesso ao conteúdo audiovisual, tornando-o mais inclusivo.

O evento teve a participação da Secretaria Técnica da Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do MERCOSUL (RECAM) e dos pontos focais do Brasil, Uruguai, Venezuela e o representante da Rede de Salas Digitais do MERCOSUL.

A idealizadora do evento, coordenadora geral de Desenvolvimento Sustentável do Audiovisual da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC), Sylvia Bahiense Naves, expôs aos participantes o interesse da Secretaria em trabalhar com profissionais e sociedade civil em busca da democratização do acesso à cultura e ao conteúdo audiovisual no Brasil. 

Em seguida, a Secretária Técnica da RECAM, Nancy Caggiano, apresentou ao público o trabalho da Reunião Especializada de Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do MERCOSUL e seus quatro eixos de ação (preservação e restauro do patrimônio audiovisual da região, capacitação, estudos sobre legislação e cadeia de valores do mercado audiovisual e a Rede de Salas Digitais do MERCOSUL).

Os trabalhos do primeiro dia, dedicado à acessibilidade ao conteúdo audiovisual, foram abertos pela palestra da fundadora da OSCIP Mais Diferenças, Carla Mauch. Carla falou sobre o que tem sido feito em relação a políticas públicas de acessibilidade e enfatizou a importância da sociedade civil e dos profissionais de audiodescrição e legendagem ao cobrar das autoridades ações que tornem a educação e a cultura mais inclusivas. 

Em sua palestra, a professora doutora Soraya Ferreira Alves da Universidade de Brasília (UnB) explorou os recursos técnicos e estéticos da audiodescrição para cinema, demonstrando que a atividade do audiodescritor vai muito além da simples descrição superficial da obra.  O trabalho deste profissional requer sensibilidade e comprometimento com o espectador, explorando detalhes e descrevendo emoções.

Na parte da tarde, a jovem professora Élida Gama, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), pupila da pioneira em Acessibilidade para o Cinema Vera Lúcia Santiago Araújo, tratou da legendagem para surdos e ensurdecidos (LSE) a partir de sua pesquisa baseada em corpus com vistas à elaboração de parâmetros para a análise e prática da segmentação de legendas de filmes brasileiros.

Para fechar o primeiro dia de palestras, as professoras Soraya Alves e Élida Gama ofereceram uma oficina onde os participantes puderam assistir e discutir peças de audiodescrição e legenda para surdos e ensurdecidos produzidas a partir dos estudos realizados pelas palestrantes e seus alunos. 

O segundo dia do evento teve como tema principal a legenda "bilíngue", ou seja, aquela que é feita de uma língua para outra. A primeira palestrante do dia foi a experiente tradutora argentina Monica Bartolomé. Monica exemplificou a partir de sua experiência de tradução e legendagem do espanhol para o inglês do ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro "O Segredo dos seus Olhos" as questões lingüísticas e culturais que permeiam o trabalho do profissional de legendagem.

A segunda palestrante do dia foi da professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, diretora e coordenadora pedagógica da GTC Treinamento, a experiente legendadora para a TV, Sabrina Martinez. Sabrina falou ao público sobre a importância da formação e da capacitação dos profissionais de legendagem.

Marcando o encerramento do evento foi realizada mesa redonda com cinco palestrantes, que comentaram seus temas e enfatizaram a importância da participação dos profissionais de audiodescrição e legendagem, da sociedade civil, e das autoridades governamentais a fim de tornar a cultura e o audiovisual mais inclusivos.  

fonte: http://www.cultura.gov.br/noticias-destaques/-/asset_publisher/OiKX3xlR9iTn/content/id/1243005

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