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em 19/12/2011

Física no dia-a-dia com jovens cegos e baixa visão

Exploração espacial da exposição Exploração espacial da exposição

Mais uma manhã de sábado e desta vez, fomos explorar a exposição Física no dia-a-dia que está novamente no Pavilhão mas com um novo look e uma melhor acessibilidade. O projeto foi desenvolvido pela Designer Luísa Pacheco e que desde o princípio adorei trabalhar com ela...mesmo sem qualquer experiência na área das acessibilidades, foi simplesmente fácil de dialogar com ela. Á medida que vou conhecendo diversos profissionais que poderão ou não permitir que se trabalhe a acessibilidade, vou distribuindo-os em dois grupos: os que dizem sim e que mostram muito interesse pelas questões de acessibilidade mas no final tudo isto foi uma mera ilusão e rotulo-os de "não repetir" e depois há o segundo grupo que naturalmente sinto rapidamente que "aceitam" as questões de acessibilidade como uma área necessária e útil aos quais chamo de "não perder". Por várias razões, sobretudo por uma questão de tempo, desisti das pessoas/profissionais que não percebem e que não querem perceber do quanto a acessibilidade pode melhorar em muito qualquer projeto. Mas retomando as 9h30 de sábado 10 de Dezembro...cá estamos a Madalena e eu e os jovens (falta a Rita) a Mafalda, a Paula e o Márcio a beber um chá e a comer umas bolachinhas antes de começarmos a nossa aventura matinal de fim-de-semana. Enquanto bebemos o chá falamos um pouco do que vamos fazer e também de várias curiosidades e novidades que cada um de nós possa ter...pergunto sempre também pela escola, como está a correr/ como está a família/ se fizeram alguma saída cultural /o que estão a ler etc...Desde que a Madalena começou a acompanhar o grupinho tem sido bem melhor...o fato destes jovens contatarem com uma jovem adulta cega licenciada com mestrado, autónoma e com um muito bom domínio das tecnologias (html/computadores/internet/programas etc...) é muito positivo e estimulante para eles. Mas não é só por isso que a Madalena está a acompanhar o grupinho, é também para ela aprender toda a exploração que fazemos nas exposições, as atividades em que participamos com o resto do público (atividades propostas ao público de fim-se-semana que acontecem normalmente de manhã às 11h30/12h) ou em eventos que estejam calendarizados para esse dia. Depois de cada um arrumar a sua chávena e limpo a sua zona da mesa dirigimo-nos ao piso 0 para a exposição e começamos pela exploração espacial. Se bem que temos uma planta tátil da exposição achei melhor não utilizá-la, pelo menos na 1ª visita. Estamos sozinhos na exposição até às 11horas e isso permite-nos estar completamente à vontade. A primeira coisa que é dito: a sala é retangular e é constituída por 6 bancadas, 1 bancada em cada lado menor e 2 bancada em cada lada maior; toca-se e contorna-se a primeira bancada para se perceber de que tipo de bancada estamos a falar e qual a sua dimensão; diz-se também que esta bancada está localizada num dos lados menor da sala; diz-se também que cada bancada está sobre uma base que facilmente se identifica com a bengala; depois destes detalhes, começa cada um percorrer cada uma das bancadas...apesar do circuito ser bem simples, dois deles perdem-se no caminho e voltamos ao princípio e a repeitr o processo. É preciso dizer que estes jovens com 18/19 e 20 anos não estão habituados no quotidiano a explorar a sua autonomia; felizmente têm muito apoio da família mas por vezes esse apoio é demais e que os impede de ficarem mais autónomos e incapazes de encontrar soluções para uma situação nova. Depois passamos para a exploração da primeira bancada e começamos pela leitura da placa em braille magnetizada que situa no painel vertical sempre à direita e que é necessário remover. A pergunta óbvia que se faz: como é que a pessoa cega e com baixa visão sabe da placa em braille? Ela saberá se estiver previamente informada através do nosso website/facebook/mailing ou então os meus colegas e eu diremos no momento. Já tivemos várias visitas de pessoas cegas sem ser numa visita organizada, alguns deles sabiam já das placas e outros não sabiam e foi-lhes dito. Caso a pessoa cega não tenha tido conhecimento antes e se ninguém a informa (duvido que aconteça mas pode acontecer) o acompanhante dessa pessoa tem de ser uma pessoa muito atenta; Há uns tempos atrás tivemos o feedback negativo de uma pessoa cega que visitou o Pavilhão e que não tinha feito...claro que isso acontece se o acompanhante dessa pessoa não fizer nada e se limitar a passear pelos módulos interativos...parece-me que foi isso que aconteceu. É obvio que o acompanhante de uma pessoa cega tem de ser um aventureiro ou então tem de pedir ajuda aos monitores ou então, se algum monitor se aperceber da situação, este irá eventualmente ao seu encontro. Mas se não acontecer nenhuma das situações anteriores, SIM, a visita vai ser uma grande seca. E o tempo passa rápido...já são 11horas. Vamos fazer uma pequena pausa pois a próxima atividade promete.

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