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em 10/08/2012

Novo software gratuito aproxima o deficiente visual do mundo virtual

Um rapaz deficiente visual testa o programa em seu notebook. Um rapaz deficiente visual testa o programa em seu notebook.

Leitor de tela NVDA, apesar de pouco divulgado, é eficiente e não deixa a desejar O número de brasileiros que acessam a internet bateu a marca de 79,9 milhões, segundo pesquisa do IBOPE. Gilberto Ferreira, 49 anos, é aposentado e faz parte desta estatística. No entanto, ele também é um dos 6,5 milhões de deficientes visuais do Brasil e navega na internet por meio de leitores de tela. Basicamente trata-se de um programa que lê e fala as informações que estão expostas na tela do computador, tornando-o acessível. O deficiente visual não utiliza o mouse, apenas o teclado, seguindo as referências das teclas, conforme os princípios da datilografia edigitação. Mas a tecnologia assistiva, que é um direito de todos, nem sempre é barata. Muitos leitores de tela são caros, impossibilitando a aquisição até mesmo de empresas, sendo um dos motivos para a não contratação dos deficientes visuais. Há dois anos Gilberto descobriu o NVDA, NonVisual Desktop Access ou Acesso Não-Visual ao Ambiente de Trabalho, um software gratuito que pode ser baixado pela própria internet. “Descobri por curiosidade através de pesquisas. Instalei no meu computador e deu certo”, conta o aposentado. O NVDA faz parte da aula de informática do Lar das Moças Cegas há um ano. A professora Maria Aparecida Pin explica que o programa é simples de usar, basta memorizar O NVDA faz parte da aula de informática do Lar das Moças Cegas há um ano os comandos do Windows, que são praticamente os mesmos. “É questão de prática. Quem mexe no Windows, mexe em qualquer leitor de tela, inclusive no NVDA”. Para a professora Fabiana Santos, que também ministra aulas de informática no LMC, mas com o objetivo de incluir o aluno no mercado de trabalho, diz que a oportunidade do deficiente visual acessar a internet proporciona autonomia e independência, já que as redes sociais, os sites e os programas de computador fazem parte do cotidiano de todos na atualidade. “Nossos alunos, que tem computador em casa, possuem o NVDA instalado, nós o indicamos. Acessar o mundo virtual muitas vezes serve como distração para eles, assim como é para quem tem a visão normal”, explica. Outra vantagem do NonVisual Desktop Access é a versão portátil. Gilberto, por exemplo, carrega consigo, no bolso da calça, o pendrive com o programa. Desta forma, consegue utilizar em qualquer lugar. “Muitas vezes meus colegas me chamam para instalar programas no computador e eu só espeto o pendrive e faço o que quero. Isso é muito bom”, exemplifica sorrindo Gilberto. O NVDA começou a ser desenvolvido em 2006 na Austrália por Michael Curran, que também é cego. Até hoje, apesar de ser gratuito e não deixar a desejar, o programa é pouco divulgado e, com o tempo, vem conquistando espaço nas casas, empresas e instituições onde ficam os deficientes visuais. “Tudo o que é novo assusta um pouco. O pessoal desconfia e não sabe se funciona direito. Eu garanto que funciona”, finaliza o aposentado.

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