O 2º Encontro Brasileiro de Juventude pela Acessibilidade – JUVA, realizado pela Escola de Gente – Comunicação em Inclusão, encerrou na manhã de 29/08, a parte didática do evento com as oficinas de Leitura Acessível, com o livro “Sonhos do Dia”, de Claudia Werneck, e a de Audiodescrição.
Oficina de Leitura Acessível com Alberto Arguelhes
Na Oficina de Leitura Acessível, Alberto Arguelhes, editor da WVA Editora, apresentou para os/as participantes do 2º JUVA os 9 formatos acessíveis em que o livro “Sonhos do Dia”, da jornalista Claudia Werneck, fundadora da Escola de Gente, foi publicado, são eles: impresso em tinta, braile, livro falado, DAISY, TXT, animação com audiodescrição e Libras com legendas. Durante a sua exposição, Alberto Arguelhes explicou não só as características e vantagens que cada formato para quem tem deficiência, como também revelou as dificuldades que cada um deles apresenta ao serem produzidos. Como, por exemplo, na gravação de Libras, que é um filme feito com o intérprete da linguagem em que todo o texto interpretado deve ser refilmado, caso haja algum erro, sem possibilidade de se gravar a partir de onde houve o erro, como se faz normalmente. “Isso só será possível quando os editores de filme forem formados em Libras, pois saberão exatamente de onde recomeçar”, afirma Alberto Arguelhes.
Outro formato acessível que também chama atenção é o DAISY (Digital Accessible Information System) que é um aplicativo gratuito de leitura de livros digitais, compatível com livros somente texto, somente áudio com navegação e texto com áudio, com leitura por voz sintetizada, narração pré-gravada ou somente em texto na tela. E permite tanto ao deficiente visual quanto o auditivo possam ver/ouvir o texto com várias funcionalidades, como letra ampliada, velocidade de leitura, busca, cor, volume, entre outros. “E uma vantagem adicional do DAISY é que também pode ser usado como auxiliar na alfabetização de crianças e adultos”, revela ainda Alberto Arguelhes.
Marcia Caspary aplica um exercício na Oficina de Audiodescrição
Na Oficina de Audiodescrição, a atriz e audiodescritora Márcia Caspary, da Tagarelas Produções, explicou a importância deste formato para os cegos ou pessoas com baixa visão, e que consiste na descrição das informações que compreendemos visualmente e não contidas nos diálogos, como expressões faciais e corporais, o ambiente, figurinos, além efeitos especiais, créditos, títulos e qualquer informação escrita na tela. Durante sua apresentação, Márcia explicou que na audiodescrição é muito importante que o profissional tenha conhecimento do assunto a ser descrito, conhecendo seus jargões e expressões, para que a descrição seja a mais completa possível. A oficina foi encerrada com um exercício em que alguns/algumas participantes tinham de descrever uma situação em que outros/as participantes estavam de costas para eles e revelarem o que entenderam.
Além destas duas oficinas, o 2º JUVA ofereceu também oficinas inclusiva, de Libras e de teatro acessível que ajudaram a formar cerca de trinta Agentes de Promoção de Acessibilidade, em 4 dias de aulas, debates e mobilizações a favor da comunicação acessível e inclusão.
Com o patrocínio da Petrobras e o apoio da Oi Futuro, o 2º Encontro Brasileiro de Juventude pela Acessibilidade, com o tema “Políticas Inclusivas: Juventude, Participação e Acessibilidade” reuniu em Brasília, de 26 a 29 de agosto, cerca de 50 jovens, de 18 a 29 anos, além de lideranças, com e sem deficiência, de todas as regiões do país com o objetivo de emponderá-los para uma maior incidência política da juventude brasileira nas decisões que levam o Brasil a se tornar uma nação cada vez mais inclusiva.
fonte: http://www.escoladegente.org.br
