Cada vez mais empresas percebem que pessoas com deficiências físicas também são consumidores. A Netflix levou anos e foi criticada veementemente, mas enfim fez o dever de casa e introduziu a audiodescrição em seu catálogo. O que as companhias têm entendido é que essas pessoas não querem piedade, não querem o peixe e sim a vara de pesca. Forneçam as ferramentas e eles se viram.
Falando em peixe, a Disney também está se adequando nesse sentido e Procurando Dory, o 17º filme da Pixar será sua primeira produção compatível com audiodescrição em salas de cinema via app. Mas como assim?
A jogada da Disney é bem inteligente: consideremos que nem todos os cinemas possuem salas com audiodescrição disponíveis; isso é um fato, embora os estúdios e salas se esforcem em se adequar cada vez mais. Por outro lado um cego já está mais do que acostumado a utilizar softwares do tipo com seus smartphones, e sejamos sinceros o iOS é um dos mais inclusivos nesse sentido, o VoiceOver é muito elogiado pelos usuários.
Pois bem: nos EUA a Casa do Mickey tem o serviço Disney Movies Anywhere, disponível em iOS e Android que faz streaming de toda a sua biblioteca de filmes em qualquer dispositivo, e inclusive reconhece e executa o que você comprou no iTunes. Há alguns meses ele foi atualizado com audiodescrição doméstica, permitindo que deficientes visuais em geral possam curtir o seu catálogo sem problema algum, porém a Disney concluiu que dava para fazer melhor.
Agora o app para iOS recebeu novo update, de modo que ele agora é capaz de captar o áudio da sessão deProcurando Dory no cinema e sincronizar a descrição como já fazia em Home Video. Ao usuário basta colocar o fone de ouvido e curtir.
Uma pena que o app ainda não está disponível por aqui para usuários iOS cegos ou com visão reduzida, mas esta é uma ideia que poderia muito bem ser adotada por mais estúdios e salas de cinema: como todo mundo já possui um smartphone e quem precise do recurso nem sempre tem o amigo que descreve o que está acontecendo na tela à mão, essa iniciativa é muito bem-vinda. Isso claro, desde que os lanterninhas entendam que o aparelho celular está ligado por necessidade e não mandem ninguém desligá-los.
Fonte: EW.